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Síndrome da Banda Iliotibial
9/12/2025


O que é a Síndrome da Banda Iliotibial?
A Síndrome da Banda Iliotibial é uma das lesões por overuse (uso excessivo) mais comuns no joelho, especialmente entre corredores, ciclistas e atletas. É caracterizada por uma dor na parte lateral (externa) do joelho, causada pela fricção ou irritação da banda iliotibial sobre o côndilo femoral lateral (uma proeminência óssea na parte de fora do fêmur, perto do joelho).
A banda iliotibial (BIT) é uma faixa espessa de tecido conjuntivo (fáscia) que percorre a parte lateral da coxa. Ela se origina no osso da bacia (crista ilíaca) e se conecta a dois músculos importantes: o tensor da fáscia lata (na frente) e o glúteo máximo (atrás). Ela desce pela coxa e se insere na tíbia (osso da canela), em um local chamado Tubérculo de Gerdy.
Sua principal função é estabilizar o joelho durante a movimentação, especialmente durante a flexão e extensão. Durante a flexão e extensão do joelho (como ao correr ou pedalar), a BIT desliza para frente e para trás sobre o côndilo femoral lateral. Quando esse movimento de deslizamento se torna repetitivo e com atrito excessivo, surge a inflamação e a dor.
Causas e Fatores de Risco
A SBI não é causada por um único fator, mas por uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos:
1. Fatores Intrínsecos (relacionados ao corpo):
Fraqueza muscular: Principalmente dos glúteos médio e máximo e do core (abdômen e região lombar). A fraqueza desses músculos faz com que o joelho caia para dentro (valgo dinâmico) durante a pisada, aumentando o atrito da BIT.
Desequilíbrios musculares: Entre o quadríceps (frente da coxa) e os isquiotibiais (parte de trás).
Diferença no comprimento dos membros.
Pé chato (pronação excessiva).
Rigidez muscular: Tensão excessiva no tensor da fáscia lata, glúteos e banda iliotibial.
2. Fatores Extrínsecos (relacionados ao treino/ambiente):
Aumento súbito de volume ou intensidade de treino: O principal culpado. Aumentar a quilometragem ou a velocidade muito rapidamente.
Treinar em superfícies irregulares ou com declive: Correr sempre na mesma lateral da rua (que tem uma leve inclinação) pode sobrecarregar um dos lados.
Falta de aquecimento ou alongamento.
Calçado inadequado: Tênis desgastados ou que não oferecem suporte adequado para o tipo de pisada.
Biomecânica inadequada durante a corrida ou ciclismo (ex.: selim muito alto ou muito baixo na bike).
Sintomas
Os sintomas geralmente aparecem gradualmente:
Dor aguda e pontual na parte lateral do joelho, que pode irradiar pela coxa.
A dor inicialmente surge após a atividade física, mas pode progredir e aparecer durante a atividade, muitas vezes forçando a interrupção do exercício.
A dor é frequentemente pior ao descer escadas ou em descidas durante a corrida.
Pode haver um estalido ou sensação de atrito na região lateral do joelho ao flexionar e estender a perna.
Inchaço leve pode estar presente, mas não é tão comum.
Diagnóstico
O diagnóstico é principalmente clínico, feito por um médico ortopedista ou fisioterapeuta através de:
Histórico e relato dos sintomas
Testes físicos específicos: O teste mais comum é o Teste de Ober (para avaliar a rigidez da BIT) e o Teste de Noble (compressão sobre a BIT enquanto o joelho é estendido, reproduzindo a dor).
Exclusão de outras lesões: Para descartar problemas no menisco lateral ou ligamentos.
Exames de imagem: Ultrassom ou Ressonância Magnética podem ser usados para confirmar o diagnóstico e avaliar o grau de inflamação, mas não são sempre necessários.
Tratamento
O tratamento é conservador na grande maioria dos casos.
Fase Aguda (Reduzir a Dor e Inflamação):
Repouso Relativo: Diminuir ou parar as atividades que provocam a dor (corrida, ciclismo). Atividades de baixo impacto como natação ou hidroginástica podem ser mantidas.
Gelo: Aplicar gelo na área dolorida por 15-20 minutos, várias vezes ao dia.
Medicação: Anti-inflamatórios não esteroides (ex.: ibuprofeno) podem ser prescritos por um médico para controlar a dor e a inflamação.
Fase de Recuperação (Corrigir as Causas):
Fisioterapia: É a base do tratamento.
Liberação Miofascial: Usando rolo de espuma (foam roller) ou massagem para liberar a tensão na BIT e músculos adjacentes.
Alongamentos: Alongar o tensor da fáscia lata, glúteos e a própria banda iliotibial.
Fortalecimento: Exercícios específicos para glúteo médio, glúteo máximo e core são cruciais. Exemplos: elevação pélvica (bridge), clamshell, afundos (lunges), agachamentos.
Correção de Biomecânica: Um profissional pode analisar a sua corrida ou postura na bike para fazer ajustes.
Retorno Gradual à Atividade: Voltar aos poucos aos treinos, começando com distâncias menores e em superfícies planas. Continuar com o trabalho de fortalecimento e alongamento mesmo após o fim da dor.
Casos Persistentes:
Em raros casos que não respondem à fisioterapia após meses, pode-se considerar:
Infiltração com corticóide: Para reduzir a inflamação rapidamente.
Cirurgia: Procedimento para liberar ou alongar a banda iliotibial. É um último recurso.
Prevenção
Fortalecimento constante dos glúteos e core.
Alongamento e liberação miofascial regular com rolo.
Aumento progressivo da carga de treino (regra dos 10%).
Usar calçados adequados e trocá-los no momento certo.
Incluir treinos cruzados (natação, pilates) para evitar overuse.
Aquecimento adequado antes das atividades.
Resumo Final
A Síndrome da Banda Iliotibial é uma lesão por overuse tratável e, mais importante, prevenível. Ela é quase sempre um sinal de que algo está em desequilíbrio no seu corpo – fraqueza muscular, rigidez ou erro de treino. Ouvir o seu corpo, fazer um fortalecimento direcionado e progredir devagar nos treinos são as chaves para evitar e superar esse problema.
Importante: Se você suspeita que tem SBI, consulte um médico ou fisioterapeuta para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado.
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